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Comissão de catequese da Forania Santos Apóstolos – Arq. De Campinas – sp.
"Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era alegria." (Tagore)

sexta-feira, janeiro 11

Questão de teoria x prática






FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS: RENOVAÇÃO OU INOVAÇÃO

                                        Caros irmãos catequistas, neste mês, gostaríamos de abordar o tema: catequese em renovação, pois muito se fala nesta palavra renovação. No entanto renovação pode significar começar tudo de novo do zero, o que acreditamos não é nosso objetivo, nosso objetivo é: inovar.  Porém, de que se trata efetivamente este tão falado conceito de inovação? Há muitas definições para o termo. Uma das mais marcantes veio de Ron Johnson, vice-presidente de varejo da Apple: “Inovação é a fantástica intersecção entre a imaginação de alguém a realidade”.

Ou seja, inovar vai além da criatividade, de pensar em coisas novas. Inovar é fazer coisas novas. Numa outra definição, inovação consiste na transformação de uma ideia em produto, serviço ou processo novo ou melhorado. Mas não que necessariamente destrua tudo o que se tenha feito até hoje, mas é um reaproveitar também as experiências passadas para a construção de um presente e futuro melhores.
Então vamos pensar um pouco nos temas que necessitam dessa inovação, ou renovação:

1. Importância da Formação de Catequistas

A Igreja tem demonstrado recentemente uma preocupação fundamental em renovar a sua função profética. No seguimento do Concilio Vaticano II, que orientou a Igreja para a missão, o Magistério tem vindo a publicar inúmeros documentos sobre a evangelização e a catequese, como o D C G (1971), a Evangeli Nuntiandi (1975), a Cathechesi Tradendae (1979), a Redemptoris Missio (1990), o Cateqcismo da Igreja Católica (1991) e o Directório Geral da Catequese (1997). Preocupação idêntica manifestam os Bispos Portugueses na Carta Pastoral (7/10/84) sobre “A evangelização e a renovação da fé do povo cristão como prioridade pastoral para a Igreja em Portugal”; na Carta Pastoral (8/4/89) sobre “Os cristãos leigos na comunhão e missão da Igreja em Portugal”; na Instrução Pastoral (8/4/89) sobre o “O Catecismo da Igreja Católica e a sua utilização pastoral”; na Instrução Pastoral (19/7/94) sobre “A formação cristã de base dos adultos”; As semanas nacionais de São vários os aspectos a ter em conta na renovação da catequese, como “novas orientações; renovada organização; reformulação dos catecismos; formação de catequistas, etc”. Educação cristã têm igualmente posto em relevo a mesma preocupação. De entre os aspectos a renovar na catequese, a escolha e a formação dos Catequistas é fundamental. De fatos, “são estes que hão-de pôr em prática a renovação da catequese, dando vida à organização”. “A renovação da Catequese começa pela escolha e formação das pessoas que a realizam”. “É, fundamentalmente, uma questão de renovação de pessoas e não apenas de textos e organização”.
A Formação de Catequistas deve corresponder às novas exigências do contexto social e eclesial. Querem-se catequistas capazes de dar uma resposta ao confronto entre a fé e a cultura; “responder” às novas questões e dificuldades colocadas pelos catequizandos; ser testemunhas de comunhão eclesial, conscientes do serviço e testemunho que tem que dar, amadurecido no exercício da corresponsabilidade e exercitando o seu ministério laical.

2. Situação real dos Catequistas

No desempenho da sua missão, os catequistas encontram dificuldade e limites de procedências várias: meio ambiente pouco favorável aos valores da fé; incompreensão dos pais e da comunidade; desinteresse e falta de perseverança dos catequizandos; a oposição dos cristãos tradicionais pouco conscientes da corresponsabilidade dos leigos; falta de disponibilidade pessoal e de preparação adequada; pobreza de meios e de locais para a catequese; cristianismo pouco esclarecido; os sacramentos como hábito social, etc. Estas dificuldades, fruto duma transformação cultural acentuada, trouxeram consequências profundas para a vivência da fé e para a ação pastoral, “consequências que não podemos deixar de ter em conta ao planejar a formação de catequistas”. Esta transformação cultural tem aspectos positivos, como uma maior consideração pela dignidade e liberdade pessoais; uma maior participação e responsabilidade eclesiais; maior sensibilidade a certos valores humanos (ex: justiça, solidariedade, etc.), maior acessibilidade à formação cristã. Tem também aspectos negativos, como a quebra de sensibilidade aos valores morais e religiosos; o secularismo reinante; critérios de vida e de comportamento em contradição com a fé cristã; a incapacidade de dar razões de fé (ignorância religiosa), a fé deixou de ser transmitida por tradição familiar e favorecida pelo ambiente; a descristianização da sociedade.

Todas estas transformações exigem uma fé pessoal e fundamentada que supõe a necessidade de renovar a imagem e de valorizar a tarefa dos Catequistas. Esta renovação passará sobretudo pela escolha dos Catequistas, feita a partir dos carismas e da sua inserção na comunidade eclesial e pela formação dos mesmos, ao nível da pedagogia, psicologia e de conhecimento doutrinal. A tarefa é a de preparar Catequistas para a Igreja do futuro.

3. Renovação da Igreja e da ação catequética

A Igreja procura renovar-se e apresentar de si mesma uma imagem significativa, a partir de duas preocupações: a fidelidade a Deus que anima a Igreja a revestir-se da sua verdadeira identidade e a cumprir a sua autêntica missão, segundo o projeto de Jesus Cristo, contido na Sagrada Escritura e na Tradição; e a fidelidade ao homem, que incentiva a Igreja a estar atenta à história e a tornar-se acontecimento sempre atual. Esta dupla fidelidade implica uma procura da identidade no sentido de que a Igreja se torne sinal ou sacramento de Cristo. Isto passa pela compreensão da Igreja como comunidade cristã corresponsável, onde a Igreja Particular (a Diocese) adquire uma importância pastoral peculiar.

A Igreja renova-se em ordem a melhor desempenhar a sua missão através das ações profética, litúrgica e caritativa e, atualmente, realça a função profética em articulação com as outras funções e acentua que a missão eclesial é tarefa de toda a comunidade.
Assim, a renovação da ação catequética passa pela renovação da compreensão e vivência eclesial, o que implica a compreensão da Igreja como mistério e sacramento de Jesus Cristo; a compreensão e vivência da dimensão comunitária da Igreja (Igreja-comunhão, Igreja-Povo de Deus); a atualização da Missão da Igreja, participando na missão profética de Cristo: 1) pela evangelização ou anúncio da fé aos não crentes; 2) pela catequese ou aprofundamento da fé; 3) pela animação cristã das realidades temporais.
Desta renovação eclesiológica brotam algumas orientações para a renovação da catequese e que são:

a)      Identidade da Catequese — Identidade da catequese como amadurecimento da fé inicial, tendo como objetivo a vida cristã adulta e não se limitando a preparar para a celebração dos sacramentos. Neste aspecto a catequese deve apresentar-se como: ensino sistemático, concentrado no essencial, suficientemente completo (sem se resumir ao kerigma), iniciação cristã integral
b)      A Catequese está ligada à vida da Igreja — A catequese deve ser global, isto é, ligada à Palavra de Deus (que provoca a conversão), à Liturgia (que celebra a vida de fé), ao testemunho cristão como processo estruturado, profética e sacramentalmente, a culminar numa vida cristã adulta e comprometida.
c)      A Catequese deve ser simultaneamente doutrinal e vital: fiel a Deus, transmitindo o depósito integral da fé e fiel à Pessoa Humana, iluminando a sua vida concreta e utilizando a sua linguagem;
d)      A Catequese deve ser permanente, acompanhando as diversas fases da existência humana, confrontando-as com as experiências de cada um e iluminando os respectivos problemas.
e)      A Catequese é tarefa de toda a comunidade, não apenas de alguns, considerados separadamente, mas de todos os batizados, embora alguns tenham uma responsabilidade especial.
f)       O ensinamento da comunidade é testemunhal: “A primeira forma de testemunho é a própria vida do missionário (do catequista), da família e da comunidade eclesial, que torna visível um novo modo de se comportar” (RM, 42).
g)      A Catequese deve despertar a alegria de ser cristão. A Catequese é Boa Nova e constitui um grande tesouro que contribui para o enriquecimento da pessoa e da sociedade.


4. Perspectivas para a Formação de Catequistas

A Formação de Catequistas supõe a integração numa comunidade cristã renovada. “O Catequista deve ser ajudado a comprometer-se com a comunidade e a ter nela credibilidade”. “A formação de catequistas deve proporcionar uma experiência de vida comunitária, a partir do grupo de catequistas, de modo que se realize como pequena comunidade-fermento e possa assim levar a sua força transformadora ao grupo dos catequizandos e à própria comunidade”.

A função profética da Igreja deve ser exercida pelos diversos ministérios e carismas, cada um segundo o lugar e responsabilidade que tem na comunidade.
Numa comunidade assim viva e articulada o Catequista tem uma fisionomia própria: é testemunha da fé, sente-se comprometido com a comunidade e deve estar dotado de preparação especifica para o exercício da sua missão. A partir destes eixos da sua fisionomia pode definir-se o/a Catequista como alguém chamado a anunciar o Evangelho, um porta-voz da Igreja, ao serviço do homem e mestre, educador e testemunha da fé.
Os objetivos da formação de catequistas são: maturidade humana e cristã; compromisso eclesial; conhecimento orgânico e sistemático da fé; conhecimento das pessoas e do mundo; competência pedagógica e metodológico-didática.

 Muito ainda temos a fazer pela catequese, então nada melhor que começa pensando nas formas que estamos trabalhando as formações de nossos catequistas.

 



 

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