Eclesiástico (37:16)

"A palavra é o princípio de qualquer obra, e antes de agir, é preciso refletir."

Bem, vindo catequista ao nosso blog!

Ensinar é muito bom. Aprender, dialogando,muito melhor! Principalmente quando esse diálogo é travado com pessoas do calibre como nossas irmãos de comunidade em Cristo. Perguntamos e respondemos. Investigamos e experimentamos. Sentimos e refletimos. Construímos e desconstruímos. (Quando estaremos prontos?) Aos poucos, nesse processo dialógico, vamos nos moldando ora como catequistas, ora como mães ou pais, ora como filhos ou catequisandos, e o tempo todo como amigos. E nessa intimidade, desvendamos medos, anseios e angústias inconfessáveis. Democratizamos as boas experiências. É uma troca de saberes e de não-saberes.Entre amigos, os Encontros e reuniões estreitam os laços de amizade e de irmandade do grupo que vislumbra mudança pela educação na fé.

Seja Bem vindo!! E não se esqueça de deixar um recado no nosso mural.

DIÁLOGO CATEQUÉTICO
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Etimologicamente o termo “Diálogo” resulta da fusão das palavras gregas dia e logos. Dia significa “através”. Logos foi traduzida para o latim como ratio (razão). Mas têm vários outros significados, como “palavra”, “expressão”, “fala”, “verbo” e, principalmente, “significado” propriamente dito. Na acepção mais antiga da palavra, logos significa “relação”, “relacionamento”. Dessa maneira, o Diálogo é uma forma de fazer circular sentidos e significados. Isso quer dizer que quando o praticamos a palavra liga em vez de separar. Reúne em vez de dividir. Assim, o Diálogo não é um instrumento que busca levar as pessoas a defender e manter suas posições, como acontece na discussão e no debate. Ao contrário, sua prática está voltada para estabelecer e fortalecer vínculos e ligações, e a formação de redes; para a identificar, explicitar e compreender os pressupostos que dificultam a percepção das relações. Daí o nome de “redes de conversação”, proposto para as experiências de reflexão conjunta, geração de idéias, educação mútua e produção compartilhada de significados. O Diálogo é, por excelência, o processo através do qual identificamos e questionamos idéias e posições cristalizadas — os pressupostos sobre os quais se apóiam os nossos julgamentos, escolhas, preferências, ações. O Diálogo é mais do que uma técnica: é uma maneira de conduzir conversações que traz uma nova visão de mundo, de relacionamentos e de processos. Ao mesmo tempo, retoma práticas ancestrais de contato e de integração de grupos.

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Janeiro - Mês de planejamento

Caro Amigo Catequista, mais ano começa. Não podemos ser pegos de surpresa, por isso vamos planejar.

REPORTAGEM

Acompanhe nossas reportagens sobre o tema: Infância - Tesouro das comunidades. Uma serie de temas sobre esta fase importantissima da nossas vidas e muito material prático. Não deixe de Ler!

Centro de Formação e Vivência catequética Beato João Paulo II

Venha conhecer a proposta de ensino do nosso centro de formação!

EDITORIAL - 2013

EDITORIA - 2013


Comissão de catequese da Forania Santos Apóstolos – Arq. De Campinas – sp.
"Adormeci e sonhei que a vida era alegria; despertei e vi que a vida era serviço; servi e vi que o serviço era alegria." (Tagore)

sexta-feira, janeiro 11

TIRÁ-DUVIDAS



Caros amigos, alguma duvida sobre catequese ou sobre nossos procedimentos?? Duvidas sobre os documentos? ou sobre a igreja? Aqui é o local para tirar duvidas!
Conforme vamos recebendo as duvidas dos nosso amigos elas vão ficar disponíveis na ordem de chegada ou urgência. Obrigado!

O que é dialogo?

a) Para ler:

João 8, 1 - 11 e João 4, 7 - 30. 39 - 42

 b) Para REFLETIR

1. Qual foi o método usado por Jesus para expor suas ideias nos dois trechos acima?

2. Qual é a diferença entre obedecer por medo ou por amor?

3. Por que uma palestra de que você pode participar é mais interessante da que pode somente ouvir?

 c) Para saber

 Quando só uma pessoa fala e outras escutam, isso é monólogo. Quando duas ou mais pessoas trocam idéias de igual para igual, isso é diálogo. Graças ao diálogo, Jesus conseguiu mostrar àqueles judeus que perdoassem a mulher adúltera. No caso da samaritana, pelo diálogo Jesus mostrou-lhe que ele era o Messias, aquele que tanto esperavam. No diálogo não se trata de impor a razão do mais forte (isso seria monólogo), mas trocar idéias sobre o que é realmente verdadeiro ou falso na questão discutida. No caso da família, há dois modos de se obedecer: por amor ou por medo. Quando os pais conversam com os filhos e lhes mostram que devem seguir suas orientações por este ou aquele motivo. e ouvem as razões e as explicações dos filhos, há uma espécie de acordo entre eles, e os filhos passam a obedecer porque viram que é o melhor caminho. Esses pais que sabem dialogar, conversar com os filhos, não precisam se preocupar mais, pois sabem que os filhos vão seguir o bom caminho.

Quando os filhos obedecem por medo, logo que estiverem longe do alcance dos pais, vão cair no erro e desobedecê-los. Saber dialogar, antes de tudo, é reconhecer possíveis erros nas próprias opiniões e ter a humildade de voltar atrás e recomeçar do modo correto. Isso é algo muito difícil e é por esse motivo que há tantas coisas erradas: ou as pessoas não reconhecem que erraram, ou não têm humildade suficiente para assumirem uma direção mais acertada.

Numa palestra-monólogo, o palestrante fala sozinho e muito dormem. Numa palestra dialogada, todos aproveitam melhor, mas o palestrante terá muitas vezes de refazer suas idéias a respeito de várias coisas com as quais o auditório não concordou. Isso é diálogo. Isso é coragem e desejo de acertar. Isso é cristianismo.

 d) Para viver

Coloque em sua cabeça que algumas coisas que você pensa ou segue podem estar erradas ou no mínimo desatualizadas. Procure conversar (= dialogar) com pessoas que estejam mais por dentro do assunto e faça uma revisão de suas convicções. A samaritana mudou completamente de opinião depois de seu diálogo com Jesus. Talvez você também precise mudar muitos pontos de vista para crescer na santidade e no amor cristão e como pessoa humana. 

e) Para fazer

Combine em assistir a algum filme ou trecho de novela (em suas casas) e depois conversem se houve diálogo ou simples monólogo no trecho assistido. Reflitam sobre as cenas assistida, se elas correspondem a um comportamento cristão, se não corresponde o que é que está errado? Como o cristão deve agir nessa circunstância? Enfim crie um diálogo a esse respeito.

 f) Para rezar

 Senhor Deus, / que em nossas orações sempre deixemos alguns instantes de silêncio / para que ela não se torne um simples monólogo, / mas um diálogo, / em que vós possais falar conosco. / Por Cristo, nosso Senhor. Amém.


Deixem suas duvidas e ou assuntos que gostariam que fossem tratados e traremos na proxima edição, muito obrigado.

 


O CONHECIMENTO CATEQUÉTICO

 
O conhecimento catequético é a ciência - arte que se dedica a sistematizar e aprofundar reflexões sobre a natureza da catequese, bem como suas dimensões e desdobramentos mais importantes. O seu objetivo é múltiplo : trata da Pastoral da catequese em seus diversos níveis e eixos :
·        Catequese com crianças
·        Adolescentes
·        Adultos ;
·        Etc

bem como dos ramos do conhecimento que a sustentam;  :
·        Pedagogia
·        Didática
·        Metodologia
·        Gestão de pessoas

das realidades socioculturais;
·        Catequese na diversidade
·        Afro descendente
·        Indígenas
·        Etc;

...em que se insere, dos agentes, da metodologia;

·        Resolução de problemas
·        Ver, julgas, agir
·        Metodologias ativas na educação
e dos ambientes :
·        Na cidade
·        No campo.
 A  catequese no Brasil, tem uma configuração única na igreja mundial, devido ao contexto social brasileiro. Portanto temos nosso modo particular de abordar os temas e conteúdos como :
·        Campanha da fraternidade
·        Encontros nacionais de catequese
·        Interação fé e vida
·        Etc.
Diante destas particularidades a igreja do Brasil herdou dificuldades como:  a escolarização da catequese, a catequese fechada em etapas, catequese pensada somente para crianças ou apenas sacramental. Mas, também, herdamos o melhor da cultura brasileira como a criatividade popular, as festas, as tradições e a fibra de um povo que acredita sempre na esperança , mesmo diante das dificuldades.
Diante destas conclusões e observações como deve ser a formação a formação dos catequistas? Quais foram as transformações que o conhecimento catequético sofreu e que nós catequistas não acompanhamos?
                                                   Os fundamentos de uma formação inovadora, uma formação que leve a nos atualizar diante dos acontecimentos que mudam tão vertiginosamente a nossa sociedade e comunidade é levar os catequistas a adquirirem competências e habilidades que o levem a diferenciar :  as técnicas usadas na catequese da catequese. para que, a partir desta diferenciação, possam eliminar muitas duvidas que surgem em relação a nossa pastoral e como ela atua nas comunidades. A multidisciplinaridade é um fator decisivo nas praticas catequéticas e mesmo que utilizemos termos e conceitos da educação formal como exemplo : pedagogia, didática, etc, não tem como confundir ou sermos levados a uma espécie de rotina escolar. E também não é necessário negar tudo o que vem da educação formal a ponto de ficarmos a mercê da improvisação. No processo catequético é necessário também planejamento e avaliação. É necessário estes esclarecimento para não ficar duvidas de qual é o alcance de nossas ações e definir qual é o nosso papel como educadores da fé e Cristão.
O conhecimento catequético tem muitos recursos e possibilidades pedagógicas para ser eficiente no processo de compromisso - ensino -aprendizagem, mas só isso não trás o essencial que é criar condições para que a dimensão catequética se torne um momento privilegiado do processo evangelizador e não apenas algo pontual, limitado, que começa e termina em si mesmo.
Desta forma,  nós da comissão de catequese , pensamos em ir além do básico, em, relação as formações  para catequistas, pois temos recursos e conhecimentos que levam a essência das transformações, em que passa a sociedade / comunidade, no qual o catequista esta inserido.
Para que a proposta de dialogo aconteça e a formação atinja seu objetivo é necessário acompanhar a teoria com a reflexão, o estudo com a prática, as orientações gerais com as aplicações concretas.
                                               Nesse conjunto, a catequese constrói alicerces. Ela é fundamental para a pastoral orgânica de várias maneiras: - ela funciona como atividade ( na qual deve explicitar outras dimensões) e como dimensão (que deve estar presente em todas as atividades eclesiais) - ela é a porta de entrada para a comunidade: o nosso Diretório chega a dizer que a comunidade “é o verdadeiro áudio visual da catequese” e acrescenta que “quando não há comunidade, os catequistas, obviamente, ajudam a construí-la.” (52) Nessa condição, ela introduz o catequizando ( e o próprio catequista) aos diferentes âmbitos de ação da Igreja. - ela dá as bases para tudo o que é realizado como resposta à proposta do Reino. Qualquer ação cristã ( ecumenismo, transformação social, liturgia, trabalho missionário, vivência fraterna na comunidade...) vai necessitar da formação que a catequese promove. - ela não é “setorizada”: tem que deixar espaço para opções variadas dentro do conjunto, é feita para que cada um se sinta “Igreja”, parte de um conjunto maior do que suas atividades costumeiras. - ela convida o catequista a um processo permanente de formação, no qual ele vai conhecendo sempre mais o conjunto da Igreja.
Por isso , façamos as palavras do John Ruskin as nossa palavras :  A qualidade nunca é um acidente; sempre é o resultado do esforço e da inteligência".
 
 
 
 

Questão de teoria x prática






FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS: RENOVAÇÃO OU INOVAÇÃO

                                        Caros irmãos catequistas, neste mês, gostaríamos de abordar o tema: catequese em renovação, pois muito se fala nesta palavra renovação. No entanto renovação pode significar começar tudo de novo do zero, o que acreditamos não é nosso objetivo, nosso objetivo é: inovar.  Porém, de que se trata efetivamente este tão falado conceito de inovação? Há muitas definições para o termo. Uma das mais marcantes veio de Ron Johnson, vice-presidente de varejo da Apple: “Inovação é a fantástica intersecção entre a imaginação de alguém a realidade”.

Ou seja, inovar vai além da criatividade, de pensar em coisas novas. Inovar é fazer coisas novas. Numa outra definição, inovação consiste na transformação de uma ideia em produto, serviço ou processo novo ou melhorado. Mas não que necessariamente destrua tudo o que se tenha feito até hoje, mas é um reaproveitar também as experiências passadas para a construção de um presente e futuro melhores.
Então vamos pensar um pouco nos temas que necessitam dessa inovação, ou renovação:

1. Importância da Formação de Catequistas

A Igreja tem demonstrado recentemente uma preocupação fundamental em renovar a sua função profética. No seguimento do Concilio Vaticano II, que orientou a Igreja para a missão, o Magistério tem vindo a publicar inúmeros documentos sobre a evangelização e a catequese, como o D C G (1971), a Evangeli Nuntiandi (1975), a Cathechesi Tradendae (1979), a Redemptoris Missio (1990), o Cateqcismo da Igreja Católica (1991) e o Directório Geral da Catequese (1997). Preocupação idêntica manifestam os Bispos Portugueses na Carta Pastoral (7/10/84) sobre “A evangelização e a renovação da fé do povo cristão como prioridade pastoral para a Igreja em Portugal”; na Carta Pastoral (8/4/89) sobre “Os cristãos leigos na comunhão e missão da Igreja em Portugal”; na Instrução Pastoral (8/4/89) sobre o “O Catecismo da Igreja Católica e a sua utilização pastoral”; na Instrução Pastoral (19/7/94) sobre “A formação cristã de base dos adultos”; As semanas nacionais de São vários os aspectos a ter em conta na renovação da catequese, como “novas orientações; renovada organização; reformulação dos catecismos; formação de catequistas, etc”. Educação cristã têm igualmente posto em relevo a mesma preocupação. De entre os aspectos a renovar na catequese, a escolha e a formação dos Catequistas é fundamental. De fatos, “são estes que hão-de pôr em prática a renovação da catequese, dando vida à organização”. “A renovação da Catequese começa pela escolha e formação das pessoas que a realizam”. “É, fundamentalmente, uma questão de renovação de pessoas e não apenas de textos e organização”.
A Formação de Catequistas deve corresponder às novas exigências do contexto social e eclesial. Querem-se catequistas capazes de dar uma resposta ao confronto entre a fé e a cultura; “responder” às novas questões e dificuldades colocadas pelos catequizandos; ser testemunhas de comunhão eclesial, conscientes do serviço e testemunho que tem que dar, amadurecido no exercício da corresponsabilidade e exercitando o seu ministério laical.

2. Situação real dos Catequistas

No desempenho da sua missão, os catequistas encontram dificuldade e limites de procedências várias: meio ambiente pouco favorável aos valores da fé; incompreensão dos pais e da comunidade; desinteresse e falta de perseverança dos catequizandos; a oposição dos cristãos tradicionais pouco conscientes da corresponsabilidade dos leigos; falta de disponibilidade pessoal e de preparação adequada; pobreza de meios e de locais para a catequese; cristianismo pouco esclarecido; os sacramentos como hábito social, etc. Estas dificuldades, fruto duma transformação cultural acentuada, trouxeram consequências profundas para a vivência da fé e para a ação pastoral, “consequências que não podemos deixar de ter em conta ao planejar a formação de catequistas”. Esta transformação cultural tem aspectos positivos, como uma maior consideração pela dignidade e liberdade pessoais; uma maior participação e responsabilidade eclesiais; maior sensibilidade a certos valores humanos (ex: justiça, solidariedade, etc.), maior acessibilidade à formação cristã. Tem também aspectos negativos, como a quebra de sensibilidade aos valores morais e religiosos; o secularismo reinante; critérios de vida e de comportamento em contradição com a fé cristã; a incapacidade de dar razões de fé (ignorância religiosa), a fé deixou de ser transmitida por tradição familiar e favorecida pelo ambiente; a descristianização da sociedade.

Todas estas transformações exigem uma fé pessoal e fundamentada que supõe a necessidade de renovar a imagem e de valorizar a tarefa dos Catequistas. Esta renovação passará sobretudo pela escolha dos Catequistas, feita a partir dos carismas e da sua inserção na comunidade eclesial e pela formação dos mesmos, ao nível da pedagogia, psicologia e de conhecimento doutrinal. A tarefa é a de preparar Catequistas para a Igreja do futuro.

3. Renovação da Igreja e da ação catequética

A Igreja procura renovar-se e apresentar de si mesma uma imagem significativa, a partir de duas preocupações: a fidelidade a Deus que anima a Igreja a revestir-se da sua verdadeira identidade e a cumprir a sua autêntica missão, segundo o projeto de Jesus Cristo, contido na Sagrada Escritura e na Tradição; e a fidelidade ao homem, que incentiva a Igreja a estar atenta à história e a tornar-se acontecimento sempre atual. Esta dupla fidelidade implica uma procura da identidade no sentido de que a Igreja se torne sinal ou sacramento de Cristo. Isto passa pela compreensão da Igreja como comunidade cristã corresponsável, onde a Igreja Particular (a Diocese) adquire uma importância pastoral peculiar.

A Igreja renova-se em ordem a melhor desempenhar a sua missão através das ações profética, litúrgica e caritativa e, atualmente, realça a função profética em articulação com as outras funções e acentua que a missão eclesial é tarefa de toda a comunidade.
Assim, a renovação da ação catequética passa pela renovação da compreensão e vivência eclesial, o que implica a compreensão da Igreja como mistério e sacramento de Jesus Cristo; a compreensão e vivência da dimensão comunitária da Igreja (Igreja-comunhão, Igreja-Povo de Deus); a atualização da Missão da Igreja, participando na missão profética de Cristo: 1) pela evangelização ou anúncio da fé aos não crentes; 2) pela catequese ou aprofundamento da fé; 3) pela animação cristã das realidades temporais.
Desta renovação eclesiológica brotam algumas orientações para a renovação da catequese e que são:

a)      Identidade da Catequese — Identidade da catequese como amadurecimento da fé inicial, tendo como objetivo a vida cristã adulta e não se limitando a preparar para a celebração dos sacramentos. Neste aspecto a catequese deve apresentar-se como: ensino sistemático, concentrado no essencial, suficientemente completo (sem se resumir ao kerigma), iniciação cristã integral
b)      A Catequese está ligada à vida da Igreja — A catequese deve ser global, isto é, ligada à Palavra de Deus (que provoca a conversão), à Liturgia (que celebra a vida de fé), ao testemunho cristão como processo estruturado, profética e sacramentalmente, a culminar numa vida cristã adulta e comprometida.
c)      A Catequese deve ser simultaneamente doutrinal e vital: fiel a Deus, transmitindo o depósito integral da fé e fiel à Pessoa Humana, iluminando a sua vida concreta e utilizando a sua linguagem;
d)      A Catequese deve ser permanente, acompanhando as diversas fases da existência humana, confrontando-as com as experiências de cada um e iluminando os respectivos problemas.
e)      A Catequese é tarefa de toda a comunidade, não apenas de alguns, considerados separadamente, mas de todos os batizados, embora alguns tenham uma responsabilidade especial.
f)       O ensinamento da comunidade é testemunhal: “A primeira forma de testemunho é a própria vida do missionário (do catequista), da família e da comunidade eclesial, que torna visível um novo modo de se comportar” (RM, 42).
g)      A Catequese deve despertar a alegria de ser cristão. A Catequese é Boa Nova e constitui um grande tesouro que contribui para o enriquecimento da pessoa e da sociedade.


4. Perspectivas para a Formação de Catequistas

A Formação de Catequistas supõe a integração numa comunidade cristã renovada. “O Catequista deve ser ajudado a comprometer-se com a comunidade e a ter nela credibilidade”. “A formação de catequistas deve proporcionar uma experiência de vida comunitária, a partir do grupo de catequistas, de modo que se realize como pequena comunidade-fermento e possa assim levar a sua força transformadora ao grupo dos catequizandos e à própria comunidade”.

A função profética da Igreja deve ser exercida pelos diversos ministérios e carismas, cada um segundo o lugar e responsabilidade que tem na comunidade.
Numa comunidade assim viva e articulada o Catequista tem uma fisionomia própria: é testemunha da fé, sente-se comprometido com a comunidade e deve estar dotado de preparação especifica para o exercício da sua missão. A partir destes eixos da sua fisionomia pode definir-se o/a Catequista como alguém chamado a anunciar o Evangelho, um porta-voz da Igreja, ao serviço do homem e mestre, educador e testemunha da fé.
Os objetivos da formação de catequistas são: maturidade humana e cristã; compromisso eclesial; conhecimento orgânico e sistemático da fé; conhecimento das pessoas e do mundo; competência pedagógica e metodológico-didática.

 Muito ainda temos a fazer pela catequese, então nada melhor que começa pensando nas formas que estamos trabalhando as formações de nossos catequistas.

 



 

quinta-feira, janeiro 10

Mensagem ao catequista

O MINISTÉRIO DA CATEQUESE
 DESAFIOS PARA A CATEQUESE EM 2013
                                      Diante deste mundo digital, perguntamos: como inserimos e utilizamos os novos meios de comunicação na catequese? Acompanhamos as novas gerações midiáticas? Como se dá a Leitura da Bíblia? Experimentamos a “Leitura orante”? Como se faz a “animação bíblica da vida e da pastoral”? Conseguimos articular organicamente a pastoral? Quais são os instrumentos eficazes no mundo urbano? Que espaço há para as expressões religiosas na cidade? Como aproveitamos catequeticamente esses espaços?
CAMINHOS :
                                  Portanto, aprofundar o Ministério da Catequese, é mergulhar na ação evangelizadora da Igreja. Desta forma, é mais do que necessário insistirmos nas bases e fazer ecoar para que este ministério aconteça de forma efetiva em nossas comunidades. A catequese é o mais sublime e necessário dos ministérios da Igreja para que ela tenha vigor, seja a luz do mundo e fermento na massa. Precisamos voltar às fontes de nossa fé fazendo memória da ação evangelizadora das primeiras comunidades. Não teremos Igreja se não tivemos catequese, é este ministério que sustenta a Igreja desde os primórdios e com ele perseguiremos por todo o sempre a missão de Jesus confiada a nós homens e mulheres de boa vontade que desejam levar adiante a sua mensagem de vida em Plenitude.
 
  1. Ministério na Igreja
Na Igreja sempre houve e haverá variedades de funções e tarefas que recebem o nome de ministérios. O ministério deve ser entendido como um mandato ao serviço de uma comunidade, de um povo. A origem dos ministérios eclesiais está no mandato que Jesus comunicou a seus discípulos “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19), para servir aos homens e as mulheres na comunidade. Ministério, portanto, é “um carisma em forma de serviço reconhecido pela Igreja”. O ministério é um compromisso dado pela Igreja aos fiéis que desejam servir, com responsabilidade, a missão que lhes é confiada. O ministério da catequese não pode ser confundido com poder, não é prêmio, nem superioridade, não é título, mas é DIAKONIA, isto é serviço que, suscitado e sustentado pelo Deus amor, há de ser vivido na simplicidade e gratuidade à Igreja.
A Igreja reconhece que “no conjunto de ministérios e serviços com os quais ela realiza a sua missão evangelizadora, ocupa lugar destacado o ministério da catequese” (DNC 39).
  1. Ministério da Catequese
De acordo com o Diretório Nacional de Catequese, o ministério da catequese é um serviço único que deve ser assumido com responsabilidade, entusiasmo e amor de forma conjunta por leigos (as), religiosos (as), presbíteros, diáconos e bispos na comunhão eclesial, pois é um serviço oficial realizado em nome da Igreja. Desta forma, deve ser oferecido todo o suporte necessário, pedagógicos e metodológicos, viabilizando os recursos necessários para fazer acontecer a ação do ministério da catequese.
Ministério, portanto, é um serviço da Igreja. Um serviço que exige muita responsabilidade e competência. Na Igreja há muitos ministérios. São Paulo (1Cor 12,4-11) afirma que há vários tipos de ministérios dados por Deus para o bem comum de todo o povo do Senhor. O ministério da catequese nasce e cresce dentro de uma comunidade eclesial e da necessidade de preparar os cristãos para dar uma resposta de qualidade ao seguimento de Jesus. Paulo, catequista e servidor da Igreja, aconselha: “Temos, porém, dons diferentes segundo a graça que nos foi dada, seja a profecia, de acordo com a fé, seja o ministério, para servir. Se for o dom de ensinar, que ensine; se for o dom de exortar, que exorte. Se o de distribuir esmolas, faça-o com simplicidade. Se o de presidir, presida com zelo. Se o de exercer misericórdia, que o faça com alegria” (Rm 12,6-8). O ministério da catequese deve ser compreendido como processo, caminho que uma pessoa percorre ao longo da sua vida, de sua história. “Tal processo procurará unir: fé e vida; dimensão pessoal e comunitária; instrução doutrinária e educação integral; conversão a Deus e atuação transformadora da realidade; celebração dos mistérios e caminhada com o povo” (CR nº29). A catequese deve ser entendida como um ministério, vamos à fonte, para melhor compreendermos o que significa: catequizar, catá-ekhéi, em seu sentido original, significa “fazer ressoar aos ouvidos”; no Segundo Testamento podemos afirmar que catequese significa formar, instruir, ensinar de viva voz. Ou ainda: ressoar a Palavra de Deus. Para que este ressoar aconteça de forma integradora envolvendo a pessoa num processo de ensino-aprendizagem e vivêncial é preciso que tudo seja assumido por uma pessoa que se sente atraída por Jesus Cristo, que viva o seu batismo. Precisamos do/a catequista.
3. Catequese e a comunidade eclesial
A catequese é um serviço eclesial essencial para a formação e o crescimento da Igreja. Sem uma catequese eficiente não teremos pessoas maduras na vida da comunidade eclesial. A catequese é uma dimensão que deve estar presente em todos os campos da ação evangelizadora da Igreja. Ela deve oferecer a iniciação aos mistérios divinos, bem como um itinerário, que é um processo de educação da fé. A iniciação cristã, que inclui o querigma, é maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e introduzi-lo no discipulado. Dá-nos, também, a oportunidade de fortalecer a unidade dos três sacramentos da iniciação e aprofundar o seu rico sentido. A iniciação cristã, propriamente falando, refere-se à primeira iniciação nos mistérios da fé, seja na forma do catecumenato batismal para os não batizados, seja na forma do catecumenato pós-batismal para os batizados não suficientemente catequizados. Esse catecumenato está intimamente unido aos sacramentos da iniciação: batismo, confirmação e eucaristia, celebrados solenemente na Vigília Pascal (DAp 288). A catequese tem a finalidade de aprofundar o primeiro anúncio do Evangelho: levar o catequizando a conhecer, acolher, celebrar e vivenciar o mistério de Deus, manifestado em Jesus Cristo, que nos revela o Pai e nos envia o Espírito Santo. “Conduz à entrega do coração a Deus, à comunhão com a Igreja, corpo de Cristo e à participação em sua missão” (DNC nº 41).
4. Catequista agente da Palavra
Sabemos que são milhares de mulheres, homens, jovens, anciãos e até adolescentes que descobrem na experiência de fé e, na inserção na comunidade, a vocação de catequista (DNC 242). Para que um ministério possa dar muitos frutos, é necessário formação, oração e planejamento. O improviso não dá certo. Improvisar catequistas sem dar-lhes a devida formação e acompanhamento é irresponsabilidade que provoca acidentes na fé. O catequista é, acima de tudo, uma pessoa equilibrada, que ama o que faz, de profunda oração, que cultiva uma espiritualidade a partir da realidade do cotidiano e que prima pela sua formação e que busca construir comunidade pela comunhão. O catequista é o grande responsável pela educação da fé dos seus catequizandos, uma vez que isto não está acontecendo, na maioria das vezes, dentro do seio familiar, por isso a missão do catequista, “como educadores da fé das pessoas e comunidades, numa metodologia que inclua, sob forma de processo permanente por etapas sucessivas, é a conversão, a fé em Cristo, a vida em comunidade, a vida sacramental e o compromisso apostólico” (P 1007).
5. Catequista e sua formação
Os catequistas necessitam de formação permanente, ou seja, serem formados e preparados para a ação evangelizadora, pois a formação catequética é um longo caminho a ser percorrido por meio de conhecimento, de práticas iluminadas pela reflexão bíblico-teológica e metodológica (DNC 256). O momento histórico que vivemos, com seus valores e contravalores, desafios e mudanças, exige dos evangelizadores preparo, qualificação e atualização. (DNC 252) Por isso, a formação dos catequistas deve seguir um planejamento à luz do Diretório Nacional de Catequese com seus objetivos e finalidades e os critérios para que aconteça uma formação adequada e eficaz. (DNC 254-260).7 A missão catequética é exercida em nome da Igreja, o que significa que o catequista deve seguir as orientações da Igreja. Quem fala em nome da Igreja deve também ser reconhecido por ela. O Diretório Nacional já citando o Diretório Geral diz que "aos catequistas reconhecidamente eficientes como educadores da fé de adultos, jovens e crianças, e dispostos a se dedicarem por um tempo razoável à atividade catequética na comunidade, pode ser conferido oficialmente o ministério da catequese" (DNC 245). O catequista, ao receber o ministério, assume o compromisso que a Igreja lhe confere, tornando-se responsável pela missão de evangelizar, catequizar em nome da Igreja. O catequista é discípulo de Jesus Cristo, “ser discípulo é dom destinado a crescer”. (DAp 291) Como discípulo o catequista é agente direto do ato catequético cristão, é profeta. O catequista tem na boca a PALAVRA DE DEUS, tem a função de acompanhar por um caminho de fé que leve o Catequizando até seu verdadeiro Mestre, para desaparecer no momento oportuno e deixar que o encontro se realize no terreno da fé.
6. RETOMANDO O DGC e DNC
O DGC fala do “ministério dos catequistas”. Também o Diretório Nacional acenou para essa questão e a sua importância. Algumas dificuldades dentre essas: a superação de mentalidade: catequista x professor; catecismo x catequese. Também não podemos contentar-se com a nomenclatura: “ministério”, “ministro”, e não aprofundar a ministerialidade da catequese. O que é mais importante: instituir o ministério, reconhecê-lo, nomeá-lo ou aprofundar sua ação? Há muitas divergências e opiniões neste assunto. Não se pode ser simplista: há que se valorizar o ministério e a ministerialidade. O risco é ficar somente com a institucionalização, ritualização. O mesmo se dá com relação à “inspiração catecumenal”: contentar-se com as “fases” do catecumenato sem conduzir o catequizando por uma experiência cada vez mais profunda de Deus e da fé. Ou ainda contentar-se com o aspecto físico da mudança, ou seja, nova estética do encontro: não mais quadros negros e carteiras, mas uma única mesa com cadeiras ao redor, ter a mesa da Palavra. Sem uma nova compreensão do “jeito de fazer a catequese”, isto é, os aspectos cognitivos, afetivos, comunitários e litúrgicos, não atingiremos o cerne da questão. É preciso abrir-se para a ministerialidade.
 Medinte estes pensamentos e idéias é que começamos este ano de 2013 com muita vontade e esperança. Venha partilhar conosco sua esperiencia e sua sabedoria.
 
Comissão de catequese da Forania Santos Apóstolos - Arquid Campinas - SP
Dom Vilson Dias de Oliveira, DC - Bispo Diocesano de Limeira e
Referencial da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética – CNBB/Sul 1

Mensagem ao coordenador

 




Os desafios do catequista na busca de formação e o coordenador de catequese. 
 
                                                                 O trabalho do catequista ao longo dos anos vem se resignificando, adquirindo novos paradigmas, novas concepções. O grande desafio dos catequistas atualmente é tentar assumir uma nova dimensão da sua prática catequética. Uma ação calcada no paradigma inovador que reflita um trabalho de busca que ultrapasse a fragmentação do saber. Uma prática norteada por princípios que contemplem a conexão entre o contexto, um catequista mobilizador de saberes, crítico, reflexivo e pesquisador de sua ação e de sua Pastoral, além de conscientizar-se de que é necessária uma formação continuada para a consistência de uma práxis (prática) transformadora. Estudos comprovam que existe a necessidade de que o catequista seja capaz de refletir sobre sua prática e direcioná-la segundo a realidade em que atua, voltada aos interesses e às necessidades dos catequizandos e da comunidade.  
                                                                 Nesse sentido, Freire, (1996, p.43) afirma que: "É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem é que se pode melhorar a próxima prática." Nóvoa (2002, p. 23) diz que: "O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como catequista, e a comunidade, como lugar de crescimento espiritual permanente." Para esse estudioso português, a formação continuada se dá de maneira coletiva e depende da experiência e da reflexão como instrumentos contínuos de análise. Por isso há uma necessidade de uma formação contínua de sua prática, no sentido de esta oportunizar aos catequistas um entendimento da interação com seus colegas, bem como no próprio contexto comunitário e educacional. No contexto atual, ser catequista remete a uma ação reflexiva, segundo Alarcão (2003) o trabalho da pastoral estrutura-se a partir de algumas indagações: qual o tempo de ser reflexivo? Quem deverá ser reflexivo? Para que ser reflexivo? Sobre o que ser reflexivo? Como ser reflexivo? É possível ser reflexivo? É desejável ser reflexivo? E finalmente para onde vamos com a nossa reflexão? Alarcão (2003) responde às perguntas supracitadas, evidenciando que a reflexão na educação da fé deve partir do princípio de que é preciso agir autonomamente, interroga-se sobre valores da sua coexistência e ainda sobre as finalidades da educação na fé, a catequese 
 
Sendo assim, a reflexão baseia-se na vontade, no pensamento, em atitudes de questionamentos, curiosidade, na busca da verdade e da justiça. O processo de reflexão deve contemplar o catequista, bem como se estende ao catequizando. Dessa forma, a reflexão apresenta-se numa dimensão dinâmica, processual e formativa. É necessário que o catequista reflita sobre a sua prática, o contexto em que ensina e testemunha, sua competência pedagógica, a legitimidade dos métodos que emprega, e as finalidades do ensino na fé.  
 
Perrenoud (1997), enfatiza esse tema levando em consideração a rotina, a improvisação regulada, como também a transposição didática. A rotina e a prática improvisada dos catequistas são marcadas por uma ação que ora se apresenta consciente, mas também se considera um trabalho de reprodução, de tradição coletiva retomada por conta própria ou de hábitos pessoais cuja origem se perde no tempo.  
 
                                                     O catequista em sua ação pedagógica é consciente de que a rotina não pode ser compreendida como processo sem reflexão, ou mesmo como atividades que a cada ano se mostram idênticas, pois os catequistas mesmo com alguns anos de experiências têm dúvidas em seu trabalho pedagógico. Portanto a proposta prático-reflexiva propõe-se um processo contínuo em busca da construção do saber, onde o catequista perceba o seu fazer pedagógico, permitindo-lhe a possibilidade de rever numa perspectiva critica e reflexiva a construção e/ou (re)construção do seu saber/fazer, contribuindo, dessa forma, para a melhoria de sua prática.  
 
Neste ano de 2013, a comissão de catequese da Forania Santos Apóstolos arquid. Campinas - sp convida você coordenador de catequese a pensar nossas formações ou repensa-las. Sua participação é fundamental nestes tempos de mudanças tanto de nossas comunidades quanto de nossa sociedade que leva inevitavelmente a mudança nas atitudes e entendimentos dos catequizandos. Está é a hora de agirmos e buscarmos novos horizontes, novas atitudes e fazermos a diferença na nossa missão de coordenador. Mandem seus comentário e suas sugestões elas são muito importantes e não se esqueçam sua presença também é fundamental.  
 
Referências Bibliográficas  
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. 2. ed. São Paulo, Cortez, 2003.  
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 20ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.  
NÓVOA, Antônio. Formação de professores e profissão docente. In: NÒVOA, Antônio (Coord.). Os professores e sua formação. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1995. p.15-34.  
PERRENOUD, Philippe. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas sociológicas. Tradução: Faria et al. 2. ed. Lisboa: Dom Quixote, 1997. 
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